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sábado, 26 de junho de 2010

O porquê o Beatles é a maior banda de todos os tempos

Esses dias, o vocalista da minha banda questionou a fama dos Beatles, se eles a mereciam e dizendo que não consegue enxergar aonde eles acertaram tanto para ter a maior fama que uma banda já teve na história. Eu, como bom fã do quarteto de Liverpool, quis elucidar a cabeça do meu amigo e , como efeito colateral, tive a vontade de escrever esse post, compartilhando meus argumentos com os internautas.

A resposta não é algo simples, não é matemática. Mas, posso apresentar aqui alguns fatos, como fã e pesquisador da banda, que comprovam por A + B o porquê o título é merecido, sim.

Os Beatles foram gênios. Tudo o que foi escutado no rock depois dos Beatles direta ou indiretamente tem algo de Beatles! Quebraram paradigmas desde o início da carreira. Ao serem apadrinhados pelo produtor Brian Epstein adotaram os ternos e a postura de bons moços. Depois, foram direto para o estúdio e já saíram de lá com o primeiro single, "Love Me Do"/"P.S. I Love You". Este e o sucessor, "Please Please Me"/"Ask Me Why", serviram para colocá-los no topo do Mersey Sound (nome do estilo correspondente as inovadoras bandas do noroeste da Inglaterra – região de Merseyside – que mesclavam o skiffle com o rythm and blues). E, assim, abriram caminho para quebrar o primeiro paradigma, ao emplacar o álbum de estréia “Please Please Me” no topo das paradas, feito inédito para um debut, e marca conquistada em menos de surpreendentes 48 horas.

Este início bem detalhado foi só pra mostrar que logo de cara a banda foi pioneira. Para não me estender muito, daqui a diante, vamos a linhas gerais da revolução Beatle:


All star team - Os Beatles não tinham somente uma pessoa muito talentosa na trupe, mas, sim, um conjunto de mentes talentosas que sabiam trabalhar muito bem tanto juntas quanto separadas. Quatro jovens compositores acima da média e extremamente bons cantores que aprenderam um com o outro e disputaram espaço em uma única banda. Desde o primeiro álbum (aliás, desde os primeiros shows) todos cantam liderando o vocal e brilham ao seu tempo, deixando (pelo menos até certo ponto) o conflito de egos para os bastidores. Uma sinergia de brilhantismo única na história.

Pioneiros nas técnicas de gravação – O quarteto de Liverpool foi à primeira banda a utilizar diversos efeitos pioneiros na gravação e na pós-produção. Temos solos de guitarra e frases cantadas ao contrário, pianos amplificados por cubos de guitarra e overdubs (técnica de colagem de músicas para produzir canais de gravação extra), além de (no final da carreira) uma música feita inteiramente com colagens de sons e falas (Revolution 9).

Pioneiros na musicalidade – O Beatles começaram seguindo a cartilha das gravadoras, tocando muitos covers e se comportando dentro do papel de bons moços. E até no feijão com arroz eles conseguiram ser os melhores, ponto inicial que deu a eles fama mundial e, muito brevemente, liberdade para poderem fazer as próprias músicas da maneira que bem entendessem. Aí brilhou o lado experimental e de pesquisador de cada músico: foram os pioneiros na introdução de elementos da música oriental (composições de Harrison), pioneiros no heavy metal (Helter Skelter), pioneiros no formato de álbum conceitual, seminais no formato videoclípitico (com os musicais para cinema e TV), e mais várias coisas que não me lembro neste exato momento...

Logo, se fosse reduzir a uma fórmula matemática de argumentos o segredo para o sucesso imensurável
dos Beatles, eu diria que fica em: muita dose de talento concentrada em personalidades distintas + pioneirismo em uma pluralidade de áreas da música e da indústria fonográfica. Soma-se a isso uma boa dose de assessoria bem trabalhada, com álbuns saindo logo após os filmes, exposição na mídia com frases polêmicas (Lennon afirmando que o grupo era mais popular que Cristo) e boatos que circundaram a carreira do grupo, como a de que Lennon tinha relações homossexuais com o produtor Brian Epstein e a lenda da morte de Paul.

A lenda mais famosa e divertida do rock n' roll

sábado, 20 de março de 2010

Solamente acá: Franz Ferdinand no Paraguai, parte 2

Chegamos às 21h em ponto em frente ao Rakiura. Alívio imediato: daria tempo de pegar o show desde o início! A banda de abertura (acho que era Revolver o nome) se apresentava no palco com um rock cantado em espanhol. Quando caminhava da extensa entrada do complexo de golf até a parte do show (com paradas para fotos, logicamente), deu para escutar um cover de Killing In The Name do RATM. Nice.

Um pouco mais além, entrada para as Generales, VIP e nosso querido setor: VIP Gold! Me sentia quase que um episódio de “dia de rico” de algum programa de TV. Chegando a área reservada para nós, mesmo apenas 15 minutos antes do show, tinha ainda lugar na frente do palco. Extraordinário.

Antes, no entanto, o estômago roncava e foi preciso procurar comida. Fui devorar um X-salada, que no lugar era vendido sem salada e com ovo. WTF? Bom, era o jeito que serviam por lá. E aí eu fiz uma pergunta que estava curioso já desde antes de chegar lá, já que não deu tempo de fazer um esquenta: “qual o preço da cerveja?”. E pra minha imensa felicidade: zero! Era free no nosso setor.

Não demorou muito e o Franz entrou no palco! O show começou com No You Girls. Abaixo, reproduzo todo o set-list (sim, eu anotei uma por uma e mostro a prova, haha).

Set-list sendo anotado

1 – No You Girls

2 – Tell Her Tonight

3 – This Boy

4 – Do You Want To

5 – Come On Home

6 – Can`t Stop Feeling

7 – The Dark Of The Matinée

8 – Walk Away

9 – Take Me Out

10 – Ulysses

11 – Turn It On

12 – Michael

13 – The Fallen

14 – 40’

15 – Outsiders

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16 – Jaqueline

17 – Darts Of Pleasure

18 – What She Came for

19 – Van Tango

20 – This Fire

21 – Lucid Dreams (incluindo o maravilhoso electro no fim)

O show foi uma mistura equilibrada dos 3 albuns lançados até hoje. A banda deu uma aula de como se comportar em cima do palco. Nicholas McCarthy não para um segundo e toca com um feeling excelente. Alex Kapranos é um perfeito frontman, canta muito, sabe animar e conversa com a audiência. Robert Hardy é um baixista clássico: tímido, desajeitado, sorri pouco e fica como mero coadjuvante em cima do palco, trabalhando pelo conjunto. O baterista Paul Thomson tem um folêgo incrível, mandando muito bem também nos backing vocals.

Francisco Ferdinando en acción

Um dia inesquecível! Se você ainda está na dúvida em assistir a um dos shows no Brasil, não tenha! O preço é muito mais salgado no nosso país, mas vale cada centavo. O Franz Ferdinand ao vivo está sensacional. Melhor show que já fui que inclui aí, artistas sensacionais como AC/DC, Weezer, Cake, Toy Dols...

No final, fiquei ainda com uma palheta do Nicholas McCarthy. Olha aí:

A volta - Ah,depois de um showzaço desses em que fiquei inteiro molhado de suor tudo o que eu queria era dormir dormir e dormir. Chegamos atrasados na rodoviária e estávamos em cima da hora, novamente. Conseguimos embarcar! Sorte!

Para meu azar, adormeci por apenas 30 minutos e... o "expreso de lujo" quebrou no meio do mato. Tivemos que trocar para outro ônibus que passava por lá e que não tinha mais poltronas disponíveis.

Resultado: 5 horas dormindo de pé em um corredor apertado até Cidade de Leste. Minto, após uma hora consegui um lugarzinho bacana na escada do ônibus e, depois de uma parada, mais tarde dividi uma caixa na cabine do motorista com a Fran, onde deu pra ver mais uma prática "solamente acá": o ônibus parou no meio da estrada para o motorista conversar com um estranho enrolado num cobertor fazendo uma fogueira na beira da estrada. O motora deu dinheiro para o sujeito. Achei que ele tava comprando drogas. Mas eis que o sujeito estranho volta para perto da fogueira e... traz água quente para o tereré do motorista! Bacana, não? Mais uma para o #paraguaifacts

Apesar do(s) incoveniente(s)... faria tudo de novo, óbvio!