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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Crítica: 2 Coelhos

Este é um filme que você pode julgar pela capa: ruim
Por mais modernos que nós queiramos ser, um filme ainda é a arte de se contar uma história. Podemos copiar estilisticamente o Guy Ritchie e o Tarantino ao extremo, colocando todos os elementos para se fazer um filme cool, moderno. Milhões de frases de efeito, ângulos não convencionais, abusar da câmera lenta, estrutura não-linear da trama, Radiohead na trilha sonora... caso a história seja ruim, o filme fatalmente também o é.

E é simplesmente por conta desse quesito que “Dois Coelhos” é um dos piores filmes nacionais dos últimos anos no grande circuito. Há uma empolgação aqui com a forma e se esquece do conteúdo. O resultado é que tudo soa forçado e artificial.

Eu realmente gostaria de estar falando bem dele aqui e agora. Afinal, odeio a falácia de que nós brasileiros não somos bons os suficientes para fazer filme pop como os americanos, que só sabemos falar de desgraça em ar documental. No entanto, de nada adianta uma verba expansiva e uma edição primorosa se a história é fraca. 

Por mais desastroso que tenha sido o resultado final, o filme teve um lado bom. Caso vá bem nas bilheterias vai incentivar outros diretores (e patrocinadores) a serem mais ousados. Ainda estou na espera de um diretor brasileiro conseguir de novo unir em um filme pop uma produção bacana com um bom roteiro, como em Tropa de Elite 1  e 2. Agora, se for pra valorizar a forma em detrimento do conteúdo, aí não! Continuemos ao contrário, por favor. Bons exemplos de filmes com linguagem moderna e pós-produção nem tão rebuscada nós temos aos montes no passado recente, como em “Saneamento Básico”, “O Palhaço” e "Reflexões de um Liquidificador". Basta colocar empenho e criatividade para trabalhar que tudo é possível.

Desculpem-me se estou sendo chato aqui. Mas, a história ainda fala mais alto.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

This Is It

Finalmente uma das 200 cópias brasileiras de This Is It estréia em Ponta Grossa. Fui conferir.



O documentário mostra os bastidores do que seria uma nova turnê de Michael Jackson e é tudo isso o que falam, sim. Como fica claro na mensagem de início, é um filme destinado aos fãs do Michael, mostrando o quanto o cantor estava se esforçando para preparar o maior show da história da sua carreira. Nas palavras do diretor Kenny Ortega: “um espetáculo que ninguém jamais viu”. Eu reforçaria: no sentido figurado e literal.
O caráter do documentário é meramente informativo e contemplativo, não crítico. Não se trata de se aprofundar na morte do cantor, mas sim mostrar um pouco do espetáculo que estava sendo produzido. Tudo é muito grandioso na rigorosa montagem do show “This Is It”. Um cenário digno de Cirque du Soleil, músicos e dançarinos talentosíssimos, um exército de cantores afinadíssimos, figurinos arrojados e produções cinematográficas para os telões do show realizadas com qualidade superior a de muitos video-clipes do próprio Michael Jackson, rei dos video-clipes. Tudo do bom e do melhor para o rei do pop, aqui soando mais rock(!) do que nunca. Resultado dos arranjos cheios de peso e feeling dos já citados talentosos músicos que acompanhariam Michael na nova turnê.


O filme, feito tão às pressas, é um caça-niquel explorando a morte repentina do cantor? Sim, não deixa de ser, é a premissa inicial. Mas, também vai muito além disso. É um documentário com ares de making-off que faz o fã de Michael mergulhar dentro do turno de trabalho do astro em seus últimos dias de vida. O espectador é colocado na primeira fila, como um voyeur da última grande obra-prima inacabada de Jackson.
Trata-se também dos bastidores da morte de um ídolo. Ela está vomitada na tela, mesmo essa não sendo a intenção dos autores. No início, fica explícito no rosto de Michael uma figura mais cadavérica que nunca, notoriamente abatida, que no decorrer das quase duas horas de filme tira energia de um lugar no fundo da sua alma para manter o pique necessário, digno do auge da sua carreira.
Diante desses fatos, fica o desejo de que ainda surja um documentário abordando de forma mais crítica esses últimos dias de Michael, não apenas como homenagem póstuma, mas esmiuçando a morte causada pelo abuso de remédios que o mantinham com esse pique todo, apesar de seu físico debilitado.
Enquanto isso está aí o material inédito. Embora constitua, primeiramente, uma estratégia de marketing para cobrir os gastos que a produtora teve com a montagem da turnê “This Is It” (à AEG Live ficará com dez por cento das bilheterias), que nunca será vista ao vivo como deveria, o filme não deixa de ser uma peça rara e emocionante, obrigatória aos fãs e mesmo admiradores a distância do cantor, embora para esses últimos o filme possa se tornar um tanto arrastado em alguns momentos.

sábado, 23 de maio de 2009

Zé do Caixão norte-americano

Ray Castille é um estadunidense muito fã do Mojica (e também um tanto parecido com ele) que certo dia decidiu fazer uma brincadeira e homenagear o ídolo no blog pessoal. Para tal, se vestiu como Zé do caixão ("one of my favorite horror characters") e posou para uma sessão de fotos em um cemitério.

Ray encarnando o mais famoso personagem do terror brasileiro em uma sessão de fotos nos EUA

O que ele não esperava é a proporção que isso tudo tomaria. As fotos lhe renderam grande exposição e o reconhecimento do próprio autor da personagem. Quem por ventura é fã do Zé, ou leu em algum lugar sobre o Ray (ou ainda viu a entrevista no Altas Horas), sabe que a brincadeira rendeu ao americano uma ponta no último filme do Mojica, "A Encarnação do Demônio". Mojica pagou passagem e estadia para o gringo vir aparecer fazendo o Zé jovem, em uma das cenas do filme que encerra a trilogia do coveiro.

Quem não sabia ainda disso tudo e ficou curioso, pode conferir o diário virtual que Ray Castille fez sobre as suas viagens para as gravações no Brasil aqui.


No entanto, não foi pra comentar notícia velha que escrevi esse post. Por um acaso, ao digitar "Zé do Caixão" no youtube, descobri que Ray fez um video autoral encarnando a personagem. No curta-metragem "O Encontro às Escuras do Zé do Caixão", Zé vai para os EUA e participa de um daqueles "reallity shows" adolescentes de encontros as cegas, como aqueles que são feitos na MTV gringa e veiculados pelo canal nacional.

O curta é bem-humorado e cheio de refrências aos filmes antigos, para o deleite dos fãs. O ator e idealizador do curta mostra um zelo autêntico de quem ama a personagem, falando somente em português (com um sotaque gringo marcante, mas vale pela intenção) e utilizando todos os trejeitos e expressões clássicas de Josefel Zanatas.

Vale a pena conferir (se tiver conexão boa, abra no site do Youtube que dá pra ver em HQ):