terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

R.I.P. cocozão

Hoje venho até vocês comentar uma notícia que me abalou profundamente:
Monumento demolido
Cocozão - Ponta Grossa/PR

quanta ingratidão...

O cocozão foi o responsável por PG ser conhecida internacionalmente!!!

Assim como a Vila Velha representa a expressão máxima da beleza natural da cidade o cocozão representava o mesmo quanto a beleza construída pelo homem (literalmente e figurativamente falando).

Close no Cocozão

Top 10 da lista das esculturas mais bizarras do mundo, agora fica apenas na memória dos bem-aventurados que a conheceram pessoalmente. Um insulto aos contribuintes! O dinheiro público virou merda (claramente)... mas uma vez que tava lá, que que custava deixar?! CAGADA EM DOBRO. Em três pelotinhas de merda distintas se for considerar também o insulto a visão do artista malandrão, burlador do sistema, que a partir de uma desculpa de araucária-metalizada (tá bom, sei...) usou a obra para criticar o poder público, na melhor das hipóteses. Ou, na pior delas, fez uma excelente piada de humor negro. Nem que tenha sido sem-querer-querendo.

Em gastos financeiros estima-se que a obra tenha custado R$ 200.000,00 reais. Os valores são desencontrados, a versão oficial é de que custou 90 mil, mas devido a diversos problemas
enfrentados em sua concepção
, a quem diga que o valor chegou a 300 mil.

O cocozão era o que colocava PG no mapa-mundi. Agora já era. Por nenhum motivo justificável a cidade cairá no esquecimento e escuridão e sou obrigado a dizer: R.I.P. cocozão.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

É ruim, mas é bão

Já se sentiu confuso e, logo em seguida, completamente eufórico e instigado a compreender um filme? Muholland Drive de David Lynch, por exemplo, é referência básica para cinéfilos cult e para aqueles que se aventuram a conhecer o submundo do cinema-charada, aqueles que são, do berço, confusos e complicados por esportividade.

Briga de gangues: mais do mesmo... no caso de Ritchie, quem disse que precisa mudar?

Bem menos complexo e mais comercial do que a obra de Lynch, um filme que me tirou o sono nos últimos dias é Revólver (2005), de Guy Ritchie. Ele foi visto primeiramente por mim alguns dias antes da minha viajem para praia e para Curitiba, oportunidade em que fiquei uma semana fora de casa. No sábado, antes de fazer as malas, estava lá eu e minha namorada a se deleitar com o filme quando o DVD player da república dela (muito, muito, muito [premiada Vivo] velho e usado) simplesmente travou o filme antes da metade e se recusou a funcionar dali em diante.

No dia seguinte, retomamos de onde parou aqui em casa. Como é de se imaginar, a continuidade foi prejudicada. Não entendi bulhufas... mas cheguei até o fim. Em um filme já não-linear e complicado, tal pausa é piada de mau gosto. Viajei e não deu tempo de ver o resto. Retornei ontem. Agora - após uma semana com passagens do filme martelando em minha cabeça - com mais tempo e já com a dica de como terminava a estória, revolvi sanar minhas dúvidas quanto à trama.

Revólver é um filme que confunde. De propósito, por estilo, sem muito material concreto para atingir tal nível de embromação. Trata-se de uma experiência visual fantástica. Muito estiloso tem uma excelente montagem, trilha sonora certeira e moderna, frases de efeito para Orkut e Msn, boa fotografia, monólogos ácidos, ritmo acelerado, quase bom de mais... Quase. Quando se chega ao âmago da reflexão proposta (
o ego é o inimigo) fica explícito os nós exagerados na trama. Contribui para a desvalorização da película as atuações irregulares e pasteurizadas de Ray Liotta, André 3000 (não convence, melhor cantando rap solo ou ao lado de seu parceiro de Outkast, Big Boi) mais alguém que provavelmente me foge a mente agora e de um ou outro capanga das gangues.

Oi! Meu nome é Ray Liotta. Não sou muito expressivo, mas sei fazer caras e bocas. Who's bad?!

Ainda sim é um filme para se ver mais de uma vez. Seja pela reflexão proposta, pelos efeitos visuais marcantes (a cena da queda na escada em câmera lenta e o atropelamento do Mr. Green permanecem imortalizadas em meu imaginário) ou pela simples ação e violência de primeiríssima, no melhor estilo
mamãe:quero-ser-Tarantino. Revólver não inova, não surpreende, mas impressiona.


Quero ver RocknRolla agora (apesar das críticas não muito animadoras)! E fico ansioso no aguardo Sherlock Holmes. O ex-Madonna pode não ser nenhum gênio, mas ainda sim é um entretenimento honesto e de qualidade. Rara espécime nos blockbusters atuais.
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sábado, 7 de fevereiro de 2009

A melhor música já escrita

Olá rockeiro leitor. Hoje o post vai ser longo e venho até você para contar sobre aquela música que me proporciona, como já pode aferir o título, os segundos auditivos mais prazerosos e preciosos de todo o mundo. Resolvi escrever esse post após minha última viagem de ônibus, voltando de Foz para Ponta Grossa (ainda bem que ninguém comenta aqui mesmo, que acho dispensável uma piadinha, tipo: “não consegue ficar longe, né? Sempre volta! Você gosta da Ponta Grossa? HahaHAHhahaha... boring.)

Pois é, estava eu lá me remexendo (MUITO, remexo... MUITO) sem sono [de praxe], escutando minhas queridas músicas no meu Sony Ericsson Walkman W200a [de praxe], quando, de súbito, me vejo em uma grande enrascada: não estava com vontade de escutar NENHUMA das muitas músicas que tinha no meu cartão de 2 gigabytes.

Esses enjôos às vezes acontecem comigo.Não deixo de gostar das músicas, mas fico sem paciência para, praticamente, tudo que tenho no meu repertório. Infeliz mesmo... Tinha AC/DC, Bo$$ in Drama, Cooper Cobras, Forgotten Boys, Hot Chip, Metallica, Pública, Rock Rocket, Mundo Livre S/A, Killers, White Lies, etc etc etc. E não me descia nada. Tava sem saco pra todos.

Quando após alguns minutos meus olhos encontram um nome e bate aquela saudade. Escolho o cd do Ramones (S/t, 1996) para ouvir. Ahhhh, o bom e velho Ramones. Impossível desgostar não importa seu estado de espírito. E me reencontrei com aquela que considero o 1:56 mais prazeroso da história do rock.

rrrrrrrrrrrrrrrrock

Chain Saw, conhecida também como a faixa 5 do primeiro disco dos moleques americanos.

Com todos aquelas vogais felizes e sem significado por si só: “Oh, ohoh, uouuo, uou ohoh ohoh” a música começa, e continua no refrão com aqueles bacinkg vocals praieiros a la Beach Boys, grudando na orelha, e, AINDA SIM, consegue ser uma canção dark. É uma canção de terror. Mas cantada da forma mais alegre e contagiante que você vai ouvir na sua vida. É como se, os já citados, Beach Boys usassem jaquetas de couro, curtissem um burguer king, fliperama, b-movies e tivessem fugido da casa de Letherface às pressas, deixando a namorada para trás.

Mas no caso não é nada disso, trata-se de mais uma das grandes canções do álbum de estréia dos Ramones, ofuscada pelo brilho de hits como “Blitzkrieg Bop”, “Beat On The Brat”, “Judy Is A Punk” e “I Wanna Be Your Boyfriend”, entre outros.

É uma música que fala sobre como o amor da vida da personagem ficou presa na casa do Letherface e nunca mais vai sair de lá, e nada melhor que uma serra elétrica para começar. Esse som permeia figurativamente a música toda através de uma possível analogia aos riffs de Johnny Ramone, tão destruidores e contínuos quanto uma moto-serra.

Seja pelo riff certeiro, seja pela fantástica e inspirada voz de um primeiro álbum do Joey, pela simplicidade e humor negro da letra... é a música que mais me faz feliz.


Curiosidade: A Mono, grife gaúcha de roupas alternativas super coll - hoje sobrevivendo desmembrada sob a égide de duas marcas distintas: a Sound & Vison (nome inspirado em música de David Bowie) e a Needles & Pins (nome inspirado em música dos Ramones) – fez uma estampa (sugerida por esse que vos escreve na comunidade do Orkut :D) para celebrar tal esquecida música no acervo de excelentes petardos dos Ramones.

why so serious?!

Segue link para ouvir a música, a letra (para escutar e cantar J) e a tradução tosca e literal encontrada no Google, para quem não manja a língua da terra do Obama.


The Ramones - Chainsaw


"Chain Saw"

Oh, oh, oh
Sitting here with nothin' to do
Sitting here thinkin' only of you
But you'll never get out of there
She'll never get out of there.
Texas chain saw massacre
They took my baby away from me
But she'll never get out of there
She'll never get out of there
I don't care, wohoho

When I saw her on the corner
She told me told me told me told me
She wouldn't go far
Ooh, now I know I'm so much in love
'Cause she's the only girl that I'm ever thinking of


Tradução tosca em: http://www.cifras.com.br/traducao/ramones/chain-saw

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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Clint Eastwood rules!

PODE LER. Ess post é SPOILER free. *

Viram 'A Troca'? Achei o filme super bom e super triste. A Angelina, apesar de interpretar uma personagem muito feminina, tá "real bad-ass". No começo mansinha, depois, o demônio.
Não queira cruzar o caminho dessa mamãe obcecada por cirancinhas ou vai sobrar para você! A ira pura provocado pela perda e aliada a maquiagem de toneladas de pó branco cria uma aura de fantasma que impõe respeito em qualquer mané. Vide abaixo.

tá encarando o quê?

A vida imita a arte. A Angelina da vida real tem tantos, mais tantos filhos que aposto que se trocassem um dos dela por uma sósia, como a do filme, ficaria bem difícil dela notar a diferença. Imaginem a cena:

- "Madame, resgatamos o seu filho. Esse é Zahara."
- "Ohhhnnn, até que enfim Zahara está aqui"
- "Perdão, perdão. Me enrolei todo! Esse é o Maddox.

Situação difícil.


* Esse post não contém informações que ultrapassem a carga de revelações da trama que qualquer sinopse sucinta ou o próprio trailer do filme já não revelem.

ps.1: O título não tem nada a ver com o post, eu sei. Só pra deixar constatado que Clint Eastwood é o cara! E estou feliz com mais essa bela contribuição de puro cinema que ele nos proporcionou.

ps.2: Esse post vai para a Tati. Que acaba de ganhar um milhão de reais (NOT!) o prêmio de honra ao mérito por me ajudar pacientemente com todos os belos 'gadjets' operando nesse blog (que você pode desfrutar ali na saliente barra lateral, caro leitor). Obrigado! Veste a medalha, que ela é tua!


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