segunda-feira, 16 de novembro de 2009

This Is It

Finalmente uma das 200 cópias brasileiras de This Is It estréia em Ponta Grossa. Fui conferir.



O documentário mostra os bastidores do que seria uma nova turnê de Michael Jackson e é tudo isso o que falam, sim. Como fica claro na mensagem de início, é um filme destinado aos fãs do Michael, mostrando o quanto o cantor estava se esforçando para preparar o maior show da história da sua carreira. Nas palavras do diretor Kenny Ortega: “um espetáculo que ninguém jamais viu”. Eu reforçaria: no sentido figurado e literal.
O caráter do documentário é meramente informativo e contemplativo, não crítico. Não se trata de se aprofundar na morte do cantor, mas sim mostrar um pouco do espetáculo que estava sendo produzido. Tudo é muito grandioso na rigorosa montagem do show “This Is It”. Um cenário digno de Cirque du Soleil, músicos e dançarinos talentosíssimos, um exército de cantores afinadíssimos, figurinos arrojados e produções cinematográficas para os telões do show realizadas com qualidade superior a de muitos video-clipes do próprio Michael Jackson, rei dos video-clipes. Tudo do bom e do melhor para o rei do pop, aqui soando mais rock(!) do que nunca. Resultado dos arranjos cheios de peso e feeling dos já citados talentosos músicos que acompanhariam Michael na nova turnê.


O filme, feito tão às pressas, é um caça-niquel explorando a morte repentina do cantor? Sim, não deixa de ser, é a premissa inicial. Mas, também vai muito além disso. É um documentário com ares de making-off que faz o fã de Michael mergulhar dentro do turno de trabalho do astro em seus últimos dias de vida. O espectador é colocado na primeira fila, como um voyeur da última grande obra-prima inacabada de Jackson.
Trata-se também dos bastidores da morte de um ídolo. Ela está vomitada na tela, mesmo essa não sendo a intenção dos autores. No início, fica explícito no rosto de Michael uma figura mais cadavérica que nunca, notoriamente abatida, que no decorrer das quase duas horas de filme tira energia de um lugar no fundo da sua alma para manter o pique necessário, digno do auge da sua carreira.
Diante desses fatos, fica o desejo de que ainda surja um documentário abordando de forma mais crítica esses últimos dias de Michael, não apenas como homenagem póstuma, mas esmiuçando a morte causada pelo abuso de remédios que o mantinham com esse pique todo, apesar de seu físico debilitado.
Enquanto isso está aí o material inédito. Embora constitua, primeiramente, uma estratégia de marketing para cobrir os gastos que a produtora teve com a montagem da turnê “This Is It” (à AEG Live ficará com dez por cento das bilheterias), que nunca será vista ao vivo como deveria, o filme não deixa de ser uma peça rara e emocionante, obrigatória aos fãs e mesmo admiradores a distância do cantor, embora para esses últimos o filme possa se tornar um tanto arrastado em alguns momentos.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Muambeiro da galera

Morar em Foz é muito bacana, ali, do lado do Paraguai. O foda é que no senso comum isso te faz um ANCIÃO que conhece todos os preços de todas as mercadorias disponíveis (ou não) no país vizinho. Isso quando, pior, não te vêem como um sacoleiro disposto a acordar cedo, atravessar a fronteira, pegar filas, fazer câmbio e levar muamba para TODOS aqueles com quem você convive ou com quem já trocou um ‘boa tarde’ na faculdade em que estuda. Pois é, isso acontece! Seja nas férias ou em simples viagens corridíssimas de fim de semana, quando faz meses que você não vê a família e os amigos e vai pra Foz matar as saudades e finalmente tentar ter um pouco de descanso.

Tipo, trazendo muamba do feriado, ¬¬

Acho que esse é o carma do destino por ter a família morando perto de uma zona franca do qual você usufruiu por tantos anos e ainda usufrui. Ao ir estudar fora as pessoas te encaram como uma espécie de sacoleiro, ou, no mínimo, um Buscapé das lojinhas do Paraguai. Frases incríveis, e um tanto hilárias, como: “Augusto, você que mora em foz, sabe quanto custa aquele óculos da Puma que tem um coisinho aqui do lado?” acredite, acontecem. Ou um cara que você mal fala te parar e perguntar: “quanto que custa um Sexy 212 no Paraguai? Ô, traz um pra minha namorada agora no feriado da páscoa, hein?”...

Gente, minha família mora em Foz e quando eu morava lá visitava sim nossos hermanos da zona franca uma vez a cada 2 ou 3 meses, coisa assim, mas isso não faz de mim um Wikipédia ou um Submarino de Ciudad Del Lest, okay? Então belessa, kampião.


PS.: quem é meu amigo sabe que isso não é um pedido de me deixem em paz ou algo assim, haha. Eu não tenho problema em trazer ALGUMAS coisas do Paraguai pros chegados e tal, e geralmente o faço com prazer quando são mercadorias DENTRO DA COTA, pedidas de forma educada, em pequena quantidade e se não são muito espaçosas a fim de não ter que levar mais malas para Ponta Grossa. É só um desabafo por ter que conviver com desavisados que entendem que quando venho visitar minha família em FOZ, é sinônimo de que eu já conheço tudo o que vende no Paraguai, estou convivendo com tabelas de preços diariamente atualizadas e que, NECESSARIAMENTE, significa que tenho tempo e disposição para atravessar a fronteira, dinheiro em caixa para o "pago depois", perder um dia inteiro do meu feriado de 2 ou 3 dias andando no sol e escondendo coisas da fiscalização na volta, quando levarei uma ou duas malas extras pra PG e subir toda aquela escadaria do meu prédio, okay?

Grato pela compreensão!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Assunto da moda: queda da obrigatoriedade do diploma para jornalistas

Já que está todo mundo comentando sobre isso, mandando emails, twittando artigos, não consegui ficar sem comentar nada. Esforcei-me, juro, de verdade! Mas... não deu. Então, pra quem ainda tiver saco, vai aí mais um link para uma opinião da qual compactuo: o fim do diploma vai prostituir a profissão!

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/leandro-fortes-e-o-fim-do-diploma-para-jornalista/

se não ocorresse essa prostituição (relatado com mais detalhes no texto do link) e ficasse na visão utópica da Folha de S. Paulo de "voz para os talentosos" (o que realmente vai ocorrer nos veículos top, não se engane, pelo menos em uma parcela que se importa com a qualidade) seria ótimo... até apoiaria! Mesmo ciente de que o mercado no qual vou atuar se reduziria. Apoiaria sim, sem corporativismo e sem hipocrisia. Aliás, já apoiei! Outrora fui a favor da liberação da profissão. Mas, após reflexões, já há meses sustento opinião em conformidade com o link que postei. O fato é que provavelmente teremos muitos desses clubinhos de familiares desempregados e conhecidos de influentes nos jornais locais, situação relatada por Leandro Fontes. Muitos guetos de bem-nascidos e muitos joão-ninguém recebendo salários de fome e detonando os preceitos jornalísticos de valores notícia e ética, a gosto.

e a qualidade do material e os direitos da classe vão para o espaço. Ruim para o jornalista, ruim para a sociedade.

O diploma não é 100% eficaz, não assegura a qualidade no total. Porém, gostando ou não, é um filtro. O melhor que tínhamos...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

"Muita informação" em 140 caracteres - versão outono congelante

Pra quem afirma que nos 140 caracteres do Twitter não cabe muita coisa, te provo o contrário:

TOO MUCH INFORMATION:

- que frio! queria passar o dia inteiro hoje de baixo do cobertor com a mão no saco. não tem nada melhor no mundo! (sobraram 28 caracteres)

- que frio! não ficaria pelado nem pra fazer sexo! ... hmmm... acho que essa história da minha namorada estar menstruando pode ser balela... (sobraram 2 caracteres)

- que frio! faz 6 dias que não tomo banho nem lavo a bunda. (sobraram 83 caracteres)

- que frio! tô usando 7 blusas, 3 calças, 3 meias e duas cuecas. (sobraram 78 caracteres)

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realmente, concordo com uam frase (que não é minha e não lembro da autoria) de que o Twitter é um hospício! Um bando de louco falando sozinho. E às vezes alguém responde!

pra finalizar, te convido a postar nos comentários a sua informação ridícula de 140 caracteres.

saludos!

sábado, 23 de maio de 2009

Zé do Caixão norte-americano

Ray Castille é um estadunidense muito fã do Mojica (e também um tanto parecido com ele) que certo dia decidiu fazer uma brincadeira e homenagear o ídolo no blog pessoal. Para tal, se vestiu como Zé do caixão ("one of my favorite horror characters") e posou para uma sessão de fotos em um cemitério.

Ray encarnando o mais famoso personagem do terror brasileiro em uma sessão de fotos nos EUA

O que ele não esperava é a proporção que isso tudo tomaria. As fotos lhe renderam grande exposição e o reconhecimento do próprio autor da personagem. Quem por ventura é fã do Zé, ou leu em algum lugar sobre o Ray (ou ainda viu a entrevista no Altas Horas), sabe que a brincadeira rendeu ao americano uma ponta no último filme do Mojica, "A Encarnação do Demônio". Mojica pagou passagem e estadia para o gringo vir aparecer fazendo o Zé jovem, em uma das cenas do filme que encerra a trilogia do coveiro.

Quem não sabia ainda disso tudo e ficou curioso, pode conferir o diário virtual que Ray Castille fez sobre as suas viagens para as gravações no Brasil aqui.


No entanto, não foi pra comentar notícia velha que escrevi esse post. Por um acaso, ao digitar "Zé do Caixão" no youtube, descobri que Ray fez um video autoral encarnando a personagem. No curta-metragem "O Encontro às Escuras do Zé do Caixão", Zé vai para os EUA e participa de um daqueles "reallity shows" adolescentes de encontros as cegas, como aqueles que são feitos na MTV gringa e veiculados pelo canal nacional.

O curta é bem-humorado e cheio de refrências aos filmes antigos, para o deleite dos fãs. O ator e idealizador do curta mostra um zelo autêntico de quem ama a personagem, falando somente em português (com um sotaque gringo marcante, mas vale pela intenção) e utilizando todos os trejeitos e expressões clássicas de Josefel Zanatas.

Vale a pena conferir (se tiver conexão boa, abra no site do Youtube que dá pra ver em HQ):

sábado, 11 de abril de 2009

Cinema do interior paranaense no fim de semana santo

Silly Blog trazendo pra vocês as atualizações fresquinhas (ou nem tanto assim) das telas de cinema de Foz do Iguaçu/PR. Na quarta-feira fui no Iguassu Boulevard ver Zack and Miri Make a Porno, ou, se preferir, PAGANDO BEM, QUE MAL TEM?

Aproveito a brecha e abro aqui uns parênteses para afirmar minha alegria em ver esse belo título no cartaz nacional da película, seguido de um: JANEIRO NOS CINEMAS. Bacana, bacana. Ainda mais entrando na sessão de cinema correspondente a semana de estréia do filme nessa cidade e se sentir um privilegiado por assisti-lo, assim, tão cedo em oito de abril.

Bom, mas voltando ao título... é uma comédia por si só. E como não gosto de ver trailers, ler muito ou me aprofundar além de uma breve sinopse antes de ver um filme, parecia uma boa oportunidade para levar minha mãe comigo, uma vez que ela só gosta de filmes leves e comédias, coisa que não vejo com muita freqüência nos cinemas. Ela aparentemente gostou do cartaz. Lógico que ocultei a informação que possuía sobre o título original. Não sei se ela aceitaria muito bem um filme com a palavra “pornô” no meio. Imaginava que não, mas resolvi arriscar e dar uma chance para o acaso. Afinal afinal, não tinha companhia para ir comigo.

Digamos que minha mãe não é muito
“moderna” para curtir o tipo de comédia que assistimos. Esperávamos, logicamente, que envolvesse sexo, mas não tão “hardcore” como foi. No fim das contas, é um bom filme, mas longe de um para se levar sua mãe no feriado santo, hehe. E muito aquém dos principais trabalhos de Kevin Smith e dos recentes (e fantásticos) blockbusters estrelando Seth Rogen.

Passemos então para o dia seguinte, e para o Cineplex Cataratas. Lá tive a oportunidade de na quinta-feira escolher entre os hits oscarianos O Leitor e O Lutador (ambos com estréia em Fevereiro, nas salas de cinema mais decentes do Brasil). Fiquei com O Leitor. Ótimo. Envolve sexo também, e de uma adulta com um adolescente, mas de uma forma mais “bonita”, digamos assim.

Melhor ainda que sair dessa sessão atrasada é pegar um anúncio da Blockbuster relatando que ambos os filmes chegam mês que vem na locadora. Mas as novidades -
NOT! - não param por aí.

- pegei vosse, EHEEHE

Foi na sexta-feira, que começou a temporada iguaçuense do também oscarizado Slumdog Millionaire, ou se preferir – em bom (mal?) português - Quem quer ser um milionário?. Mas esse não deu tempo deu ver, assim como O Lutador. Bom, nenhuma lágrima necessita ser derramada, provavelmente muito em breve esses títulos estarão disponíveis em uma locadora próxima à minha residência.

DVD - fikdik

Em Foz do Iguaçu ou não, pra quem vai ficar com a pipoca de microondas opte por In Bruges. Nacionalmente conhecido como Na Mira do Chefe. Simplesmente formidável.
Assim que tiver um tempo sobrando de novo, verei o Rebobine, Por Favor. Já estou com uma cópia do filme. Faz tempo quero ver, mas não tive acesso a nenhum cinema que estivesse com ele em cartaz. Interessante que na versão nacional de Be Kind, Rewind há um subtítulo (sim, eles não morreram). Logo, o título completo estampado na capa é Rebobine, por favor - uma LOUCADORA muito LOUCA. Haja criatividade, hein.

P.S.: Alguém sabe o responsável pela escolha desses títulos brasileiros para os filmes estrangeiros? Não é possível! SÓ PODE ser uma pessoa (mediante levantamento da variação de palavras e idéias apresentadas no decorrer dos anos) e essa pessoa SÓ PODE ser irmã do LOUCUTOR da Sessão da Tarde. Vai gostar de aventura e confusão assim na ... LOUcadora.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Roteiro de filme

O Corinthians venceu o jogo de ontem com gol de Ronaldo no fim da partida. Venceu? Venceu sim! Só não somou os três pontos porque a regra é burra!
Pensei em escrever um relato da minha emoção, como fiel torcedor, ao ver o espetáculo de ontem. Aquele de um Timão abalado no primeiro tempo e no começo da segunda etapa, resurgindo com força e energia com a entrada da dupla Dentinho/Dentão, em dia inspirado do último. Porém... depois que entrei no Blog do Juca, achei desnecessário gastar neurônios e escrever qualquer comentário a mais a respeito do reencontro do Fenômeno com as redes.
Eis aqui a trancrissão de
comentário do jornalista, que foi ao ar no Jornal da CBN desta segunda-feira, 9 de março de 2009:

Ronaldo Fenômeno e a literatura fantástica

Gabriel García Márquez, em sua infinita criatividade, nem em seu extraordinário "Cem anos de solidão" foi capaz de imaginar situações como as vividas por dois brasileiros.

Por mais que o Brasil não tenha nenhum escritor que se inscreva no topo da literatura fantástica latino-americana, o país é pródigo em ser mais fantástico que a literatura.

Que outro país, por exemplo, tem um episódio como o de Tancredo Neves, o presidente que foi sem jamais ter sido?

E que outro país tem um ídolo como Ronaldo.

Depois de ter desafiado a realidade duas vezes, eis que ontem ele foi personagem de acontecimentos que beiram não só o fantástico, mas como, também, o surreal.

Entrou em campo num jogo aparentemente perdido para mudá-lo da água para o vinho, em apenas 31 minutos e cinco participações impressionantes.

Sofreu uma falta clara não marcada na entrada da área, deu um drible desconcertante num adversário, mandou um balaço no travessão do Palmeiras, deu um passe da linha de fundo para quase o empate corintiano, e, para coroar, marcou de cabeça, nos acréscimos o gol da vitória, da sua vitória.

O que será daqui para frente ao futuro pertence.

Mas o que já aconteceu em Presidente Prudente é suficiente para dizer que ele não é desse mundo.

Porque ninguém como Ronaldo tem sido capaz de fazer o real parecer um sonho ou fazer de um sonho realidade.

Como a morte de Tancredo Neves, a vida de Ronaldo confunde o que é verossímil com o inverossímil.

Amanhã, quando alguém contá-la, se não estiver muito bem documentada, haverá quem diga que é exagero.

Ainda bem que a vida dele em campo está toda gravada.

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quarta-feira, 4 de março de 2009

É hoje! ...

... e nos programas esportivos, segue a ladainha!

Não é de hoje que sabemos que o único jornalista embasado, coeso e sóbrio do Gazeta Esportiva é o Celso Cardoso. Porém umas bobagens ditas pelo, recorrente bobalhão, Osmar Garrafa motiva o post de hoje.

As diretorias de clube em quase de todo o mundo, frequentemente, privilegiam o aspecto comercial em detrimento do aspecto tático de um time. Muitos clubes com direção afobada colocam ganhos financeiros imediatos a frente de um planejamento consistente e um trabalho tático bem feito. Não raro esse roteiro é continuamente repetido no Brasil.

FINALMENTE um clube, recém saído de uma ressaca de série B e do oba-oba de investidores estrangeiros, tenta percorrer o caminho contrário (árduo e penoso caminho, diga-se de passagem). Como muito foi falado, o Ronaldo é uma poderosa arma comercial no Timão. Mas mais, muito mais, que isso ele é um CRAQUE. Ainda tem gás, ou, pelo menos, ainda existe uma fé tremenda no futebol dele. Sabe-se que não será como nos tempos áureos, mas está longe de ser um jogador aposentado ainda em atividade (alguém aí disse Luizão? Amoroso? - Túlio Maravilha e Marcelinho estão excluídos, visto que ainda prestam serviços competentes para os clubes onde atuam).

Ao contrário do rival alvi-verde do Corinthians, que ainda mantém o time refém de investidores que só pensam em usar o time como vitrine internacional (vide Traffic e os casos Kléber e Keirrison), o Corinthians se libertou (não totalmente, mas em boa medida) das amarras de investidores gananciosos e egoístas, que investem com a única finalidade de observarem suas cifras aumentarem no futuro (o tão falado investimento ao longo prazo, e que dá certo!).

Antônio Carlos foi pressionado a pedir demissão. Ronaldo foi multado em 40 mil pela extravagância. A Mano Menezes foi concedida a LIBERDADE de escalar um jogador de carne e osso PÓS-CONTUSÃO a uma estréia a nível de ser humano, não de super-herói. Um retorno gradual e planejado aos campos de futebol.

Ronaldo já fez sua festa de chegada ao Timão, aliás, televisionada ao vivo pela Rede Bandeirantes e noticiada no mundo todo. Não há a necessidade de sacrificar um jogador pós-contusão com uma estréia penosa enfrentando adversários com mais fôlego, ritmo de jogo e menor idade (em sua maioria) que ele apenas pela "festa" e pelo dinheiro. O aspecto tático deve prevalecer!

A idéia de entrar no segundo tempo deve se repetir contra o Palmeiras e a festa VAI, inevitavelmente, acontecer com lotação máxima e idem poder comercial frente ao São Caetano, pela décima terceira rodada do Paulistão.

André Sanchez está para um arquiteto, o homem ideal para unir o aspecto comercial com o tático no Coringão, quanto o falastrão do Garrafa está para um palhaço. Ou melhor, para um palhaço em particular! Exatamente como o Coringa se auto-define em Batman, O cavaleiro das trevas: um cachorro-louco [mad dog] que simplesmente corre atrás do pneu dos carros, sem ter a menor idéia do que fazer se, por ventura, um dia os pegar.

A saúde do Ronaldo e a longevidade no Corinthians valem mais, obrigado. Não dá pra esperar mais escândalos e pela vontade do craque de entrar em campo se esvair. Bem como não dá para estrear tarde demais, e pior, de titular de uma vez, colocando a saúde do jogador em risco. A HORA É AGORA, e aos poucos. E daqui a sete dias: festa no Pacaembu com estádio lotado. Alguma dúvida quanto a isso?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

R.I.P. cocozão

Hoje venho até vocês comentar uma notícia que me abalou profundamente:
Monumento demolido
Cocozão - Ponta Grossa/PR

quanta ingratidão...

O cocozão foi o responsável por PG ser conhecida internacionalmente!!!

Assim como a Vila Velha representa a expressão máxima da beleza natural da cidade o cocozão representava o mesmo quanto a beleza construída pelo homem (literalmente e figurativamente falando).

Close no Cocozão

Top 10 da lista das esculturas mais bizarras do mundo, agora fica apenas na memória dos bem-aventurados que a conheceram pessoalmente. Um insulto aos contribuintes! O dinheiro público virou merda (claramente)... mas uma vez que tava lá, que que custava deixar?! CAGADA EM DOBRO. Em três pelotinhas de merda distintas se for considerar também o insulto a visão do artista malandrão, burlador do sistema, que a partir de uma desculpa de araucária-metalizada (tá bom, sei...) usou a obra para criticar o poder público, na melhor das hipóteses. Ou, na pior delas, fez uma excelente piada de humor negro. Nem que tenha sido sem-querer-querendo.

Em gastos financeiros estima-se que a obra tenha custado R$ 200.000,00 reais. Os valores são desencontrados, a versão oficial é de que custou 90 mil, mas devido a diversos problemas
enfrentados em sua concepção
, a quem diga que o valor chegou a 300 mil.

O cocozão era o que colocava PG no mapa-mundi. Agora já era. Por nenhum motivo justificável a cidade cairá no esquecimento e escuridão e sou obrigado a dizer: R.I.P. cocozão.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

É ruim, mas é bão

Já se sentiu confuso e, logo em seguida, completamente eufórico e instigado a compreender um filme? Muholland Drive de David Lynch, por exemplo, é referência básica para cinéfilos cult e para aqueles que se aventuram a conhecer o submundo do cinema-charada, aqueles que são, do berço, confusos e complicados por esportividade.

Briga de gangues: mais do mesmo... no caso de Ritchie, quem disse que precisa mudar?

Bem menos complexo e mais comercial do que a obra de Lynch, um filme que me tirou o sono nos últimos dias é Revólver (2005), de Guy Ritchie. Ele foi visto primeiramente por mim alguns dias antes da minha viajem para praia e para Curitiba, oportunidade em que fiquei uma semana fora de casa. No sábado, antes de fazer as malas, estava lá eu e minha namorada a se deleitar com o filme quando o DVD player da república dela (muito, muito, muito [premiada Vivo] velho e usado) simplesmente travou o filme antes da metade e se recusou a funcionar dali em diante.

No dia seguinte, retomamos de onde parou aqui em casa. Como é de se imaginar, a continuidade foi prejudicada. Não entendi bulhufas... mas cheguei até o fim. Em um filme já não-linear e complicado, tal pausa é piada de mau gosto. Viajei e não deu tempo de ver o resto. Retornei ontem. Agora - após uma semana com passagens do filme martelando em minha cabeça - com mais tempo e já com a dica de como terminava a estória, revolvi sanar minhas dúvidas quanto à trama.

Revólver é um filme que confunde. De propósito, por estilo, sem muito material concreto para atingir tal nível de embromação. Trata-se de uma experiência visual fantástica. Muito estiloso tem uma excelente montagem, trilha sonora certeira e moderna, frases de efeito para Orkut e Msn, boa fotografia, monólogos ácidos, ritmo acelerado, quase bom de mais... Quase. Quando se chega ao âmago da reflexão proposta (
o ego é o inimigo) fica explícito os nós exagerados na trama. Contribui para a desvalorização da película as atuações irregulares e pasteurizadas de Ray Liotta, André 3000 (não convence, melhor cantando rap solo ou ao lado de seu parceiro de Outkast, Big Boi) mais alguém que provavelmente me foge a mente agora e de um ou outro capanga das gangues.

Oi! Meu nome é Ray Liotta. Não sou muito expressivo, mas sei fazer caras e bocas. Who's bad?!

Ainda sim é um filme para se ver mais de uma vez. Seja pela reflexão proposta, pelos efeitos visuais marcantes (a cena da queda na escada em câmera lenta e o atropelamento do Mr. Green permanecem imortalizadas em meu imaginário) ou pela simples ação e violência de primeiríssima, no melhor estilo
mamãe:quero-ser-Tarantino. Revólver não inova, não surpreende, mas impressiona.


Quero ver RocknRolla agora (apesar das críticas não muito animadoras)! E fico ansioso no aguardo Sherlock Holmes. O ex-Madonna pode não ser nenhum gênio, mas ainda sim é um entretenimento honesto e de qualidade. Rara espécime nos blockbusters atuais.
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sábado, 7 de fevereiro de 2009

A melhor música já escrita

Olá rockeiro leitor. Hoje o post vai ser longo e venho até você para contar sobre aquela música que me proporciona, como já pode aferir o título, os segundos auditivos mais prazerosos e preciosos de todo o mundo. Resolvi escrever esse post após minha última viagem de ônibus, voltando de Foz para Ponta Grossa (ainda bem que ninguém comenta aqui mesmo, que acho dispensável uma piadinha, tipo: “não consegue ficar longe, né? Sempre volta! Você gosta da Ponta Grossa? HahaHAHhahaha... boring.)

Pois é, estava eu lá me remexendo (MUITO, remexo... MUITO) sem sono [de praxe], escutando minhas queridas músicas no meu Sony Ericsson Walkman W200a [de praxe], quando, de súbito, me vejo em uma grande enrascada: não estava com vontade de escutar NENHUMA das muitas músicas que tinha no meu cartão de 2 gigabytes.

Esses enjôos às vezes acontecem comigo.Não deixo de gostar das músicas, mas fico sem paciência para, praticamente, tudo que tenho no meu repertório. Infeliz mesmo... Tinha AC/DC, Bo$$ in Drama, Cooper Cobras, Forgotten Boys, Hot Chip, Metallica, Pública, Rock Rocket, Mundo Livre S/A, Killers, White Lies, etc etc etc. E não me descia nada. Tava sem saco pra todos.

Quando após alguns minutos meus olhos encontram um nome e bate aquela saudade. Escolho o cd do Ramones (S/t, 1996) para ouvir. Ahhhh, o bom e velho Ramones. Impossível desgostar não importa seu estado de espírito. E me reencontrei com aquela que considero o 1:56 mais prazeroso da história do rock.

rrrrrrrrrrrrrrrrock

Chain Saw, conhecida também como a faixa 5 do primeiro disco dos moleques americanos.

Com todos aquelas vogais felizes e sem significado por si só: “Oh, ohoh, uouuo, uou ohoh ohoh” a música começa, e continua no refrão com aqueles bacinkg vocals praieiros a la Beach Boys, grudando na orelha, e, AINDA SIM, consegue ser uma canção dark. É uma canção de terror. Mas cantada da forma mais alegre e contagiante que você vai ouvir na sua vida. É como se, os já citados, Beach Boys usassem jaquetas de couro, curtissem um burguer king, fliperama, b-movies e tivessem fugido da casa de Letherface às pressas, deixando a namorada para trás.

Mas no caso não é nada disso, trata-se de mais uma das grandes canções do álbum de estréia dos Ramones, ofuscada pelo brilho de hits como “Blitzkrieg Bop”, “Beat On The Brat”, “Judy Is A Punk” e “I Wanna Be Your Boyfriend”, entre outros.

É uma música que fala sobre como o amor da vida da personagem ficou presa na casa do Letherface e nunca mais vai sair de lá, e nada melhor que uma serra elétrica para começar. Esse som permeia figurativamente a música toda através de uma possível analogia aos riffs de Johnny Ramone, tão destruidores e contínuos quanto uma moto-serra.

Seja pelo riff certeiro, seja pela fantástica e inspirada voz de um primeiro álbum do Joey, pela simplicidade e humor negro da letra... é a música que mais me faz feliz.


Curiosidade: A Mono, grife gaúcha de roupas alternativas super coll - hoje sobrevivendo desmembrada sob a égide de duas marcas distintas: a Sound & Vison (nome inspirado em música de David Bowie) e a Needles & Pins (nome inspirado em música dos Ramones) – fez uma estampa (sugerida por esse que vos escreve na comunidade do Orkut :D) para celebrar tal esquecida música no acervo de excelentes petardos dos Ramones.

why so serious?!

Segue link para ouvir a música, a letra (para escutar e cantar J) e a tradução tosca e literal encontrada no Google, para quem não manja a língua da terra do Obama.


The Ramones - Chainsaw


"Chain Saw"

Oh, oh, oh
Sitting here with nothin' to do
Sitting here thinkin' only of you
But you'll never get out of there
She'll never get out of there.
Texas chain saw massacre
They took my baby away from me
But she'll never get out of there
She'll never get out of there
I don't care, wohoho

When I saw her on the corner
She told me told me told me told me
She wouldn't go far
Ooh, now I know I'm so much in love
'Cause she's the only girl that I'm ever thinking of


Tradução tosca em: http://www.cifras.com.br/traducao/ramones/chain-saw

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