Morar em Foz é muito bacana, ali, do lado do Paraguai. O foda é que no senso comum isso te faz um ANCIÃO que conhece todos os preços de todas as mercadorias disponíveis (ou não) no país vizinho. Isso quando, pior, não te vêem como um sacoleiro disposto a acordar cedo, atravessar a fronteira, pegar filas, fazer câmbio e levar muamba para TODOS aqueles com quem você convive ou com quem já trocou um ‘boa tarde’ na faculdade em que estuda. Pois é, isso acontece! Seja nas férias ou em simples viagens corridíssimas de fim de semana, quando faz meses que você não vê a família e os amigos e vai pra Foz matar as saudades e finalmente tentar ter um pouco de descanso.
Acho que esse é o carma do destino por ter a família morando perto de uma zona franca do qual você usufruiu por tantos anos e ainda usufrui. Ao ir estudar fora as pessoas te encaram como uma espécie de sacoleiro, ou, no mínimo, um Buscapé das lojinhas do Paraguai. Frases incríveis, e um tanto hilárias, como: “Augusto, você que mora em foz, sabe quanto custa aquele óculos da Puma que tem um coisinho aqui do lado?” acredite, acontecem. Ou um cara que você mal fala te parar e perguntar: “quanto que custa um Sexy 212 no Paraguai? Ô, traz um pra minha namorada agora no feriado da páscoa, hein?”...
Gente, minha família mora em Foz e quando eu morava lá visitava sim nossos hermanos da zona franca uma vez a cada 2 ou 3 meses, coisa assim, mas isso não faz de mim um Wikipédia ou um Submarino de Ciudad Del Lest, okay? Então belessa, kampião.
PS.: quem é meu amigo sabe que isso não é um pedido de me deixem em paz ou algo assim, haha. Eu não tenho problema em trazer ALGUMAS coisas do Paraguai pros chegados e tal, e geralmente o faço com prazer quando são mercadorias DENTRO DA COTA, pedidas de forma educada, em pequena quantidade e se não são muito espaçosas a fim de não ter que levar mais malas para Ponta Grossa. É só um desabafo por ter que conviver com desavisados que entendem que quando venho visitar minha família em FOZ, é sinônimo de que eu já conheço tudo o que vende no Paraguai, estou convivendo com tabelas de preços diariamente atualizadas e que, NECESSARIAMENTE, significa que tenho tempo e disposição para atravessar a fronteira, dinheiro em caixa para o "pago depois", perder um dia inteiro do meu feriado de 2 ou 3 dias andando no sol e escondendo coisas da fiscalização na volta, quando levarei uma ou duas malas extras pra PG e subir toda aquela escadaria do meu prédio, okay?
Grato pela compreensão!
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